Nome: António Nunes Carvalho (aluna Jéssica Barbosa, 7º A).
Localidade: Fundões-Ordem - Lousada Data de Nascimento: 19 de Março de 1939
Local onde esteve na guerra: Angola de 1961 até 1963.
Como foi para si a guerra? O que mais o marcou como agente dessa guerra?
Para mim a guerra foi difícil, custou muito deixar os pais e os irmãos. O que mais me marcou foi ver o cemitério em Nambuangongo cheio de tropas e ver chegarem mortos da guerra.
Como era passado o dia-a-dia? Que tipo de material bélico/transportes utilizavam?
Em Luanda era comer e passear e passear pela cidade e de vez em quando ir até ao mato desimpedir alguma estrada que estivesse impedida, isto é, com alguma árvore atravessada. No mato, onde trabalhava, passava muita fome e sede. Em Cabinda construímos uns barracões para a manutenção militar. Em Nambuangongo construímos uma pista para os aviões e uma ponte. De Luanda para Cabinda e vice-versa. Os transportes utilizados eram camiões e jipes. Estava sempre com o coração “a bater” com receio que viesse alguma bala que me matasse.
Foi obrigado a ir para a guerra?
Sim! Fui obrigado a ir para a guerra porque andava na tropa. Por outro lado, os angolanos revoltaram-se contra os portugueses e queriam ser independentes.
Conhece alguém que tenha ficado ferido ou tenha falecido nessa guerra/conflito?
Conheci um sargento da minha Companhia, um soldado assim como também um vizinho meu de Covas, mas este não era da minha Companhia. E ajudei um colega que tinha falta de dinheiro para viver.
Como se processava o relacionamento com os autóctones?
Eu apenas fui incomodado, uma vez, em Cabinda porque fomos à lenha para fazer de comer, eu quase sempre era o chefe da viatura, e nesse dia, um preto tirou o número à viatura e foi entregá-lo ao Governador. De seguida, este chamou-nos ao seu posto mas ficou tudo bem.
Concordava com este conflito? Justifique.
Por aquilo que pude observar eles tinham razão, porque os nossos antepassados que foram para lá começaram a meter-se com as mulheres dos fazendeiros e por fim matava-os e assim juntaram fortunas e o governo português nada fazia. As estradas eram uma miséria, apesar de ser um país rico devido aos diamantes e ao petróleo, o governo não fez nada.
Quantos anos esteve na guerra? Possui registos fotográficos sobre essa época?
Andei na guerra colonial dói anos e três meses. Regressei a casa no ano de 1963. Sim até tenho bastantes fotografias que representam momentos aí vividos.
António Nunes Carvalho
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