quarta-feira, 28 de maio de 2008

História


"Quando falamos de história, temos o costume de nos refugiar no passado. É nele que se pensa encontrar o seu começo e o seu fim. Na realidade, é o inverso: a história começa hoje e continua amanhã"

"Exaltação e Orgulho", de D.N. Marinotis

segunda-feira, 12 de maio de 2008

PRÉ-PHOTOSHOP EM 1945


Da autoria de Yevgueni Chaldej, esta é uma das fotografias de reportagem e fixação de momentos históricos que mais se celebrizaram e ainda hoje são o principal emblema da derrota do nazi-fascismo (mostrando o hastear da bandeira soviética por um soldado do Exército Vermelho, em 1945, sobre as ruínas do Reichstag em Berlim). Pela enorme força impressiva da imagem, esta foto de Yevgueni Chaldej (falecido em 1997) passou a constituir um pedaço da História, ilustrando o ponto alto da derrota do Reich hitleriano e a afirmação vitoriosa da máquina de guerra soviética que, sob comando supremo do Marechal Estaline, varreu um dos mais poderosos exércitos numa marcha de ferro e fogo desde Estalinegrado até ao coração de Berlim, enquanto os seus aliado (ingleses e norte-americanos) os vinham batendo desde Oeste e Sul. E, a partir da difusão massiva desta foto, magnífica de força, enquadramento e simbologia, não terá havido um único antifascista pelo mundo fora que não tenha encontrado alento de alívio e prazer ideológico vendo e revendo esta fixação para a posteridade da grande vitória (do Bem) e da grande derrota (do Mal).



Mas, como na história escrita, também a história pela imagem pode ser manipulada e manipulatória. Com o acrescento de eficácia de que se sobre um texto que nos é dado ler, algumas luzes de função crítica se acenderão, perante uma imagem, o normal é que a evidência do que entra olhos dentro nos encontre particularmente desarmados contra os truques, as manipulações, os enganos. E na habilidade para enganar, manipulando segundo objectivos políticos precisos, dificilmente se toma a palma à propaganda comunista, em que uma boa mentira é vista como um bom acto revolucionário e, assim, em vez da imoralidade do acto de mentir aos outros temos a absolvição automática pelos “ganhos da humanidade” obtidos pelo pragmatismo do efeito redentor da mentira. E tão entranhado está este utilitarismo na apresentação (ou supressão, ou alteração, ou parcialização) dos factos, políticos e históricos, que, sendo muitos os propagandistas comunistas (e, normalmente, são competentíssimos), raros são os historiadores comunistas que, sendo comunistas, sejam também historiadores com respeito pelo ofício.



De há muito que se sabe que esta foto de Yevgueni Chaldej foi conscientemente trabalhada e manipulada (o próprio autor confessou-o). Não só se apagou um dos dois relógios que o soldado soviético tinha no pulso (o que evidenciava o saque perpetrado pelos soldados do Exército Vermelho no seu caminho para Berlim) como a bandeira empunhada foi substituída por uma mais aberta e com as insígnias da foice e do martelo mais visíveis e marcantes no corpo da imagem. Admite-se até que a foto não fixou qualquer momento de realidade, tendo-se tratado apenas de uma mera encenação montada por encomenda propagandística. Agora, em Berlim, no museu Martin Gropius Baú, uma exposição com uma retrospectiva das fotos de Yevgueni Chaldej, mostra a sequência manipulatória até ao resultado difundido e que ficou mundialmente famoso e aceite como peça fotográfica histórica. Num trabalho manipulatório que, segundo um jornalista do “El País”, torna Yevgueni Chaldej “um percursor do programa informático de retoque fotográfico Photoshop”.



Apesar da evidência demonstrada da essência mentirosa da célebre foto, o mais provável é que ela continue a ser difundida e tomada como registo histórico de um acontecimento (que não ocorreu ou ocorreu diferentemente). O que nos remete mais uma vez para a questão do papel persistente que uma mentira bem pregada e bem difundida, ao apoderar-se de um cadeirão vitalício na assembleia da memória histórica, dificilmente se expulsa pela desonra da mentira. Muito depende da eficácia do estereótipo da mensagem ao saciar quem o procura beber. Também do talento dos mensageiros e se estes são profissionais da mentira.

Retirado de http://agualisa6.blogs.sapo.pt/

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Maio de 1968


Em Maio de 1968 uma greve geral aconteceu na França. Rapidamente ela adquiriu significado e proporções revolucionárias, mas em seguida foi desencorajada pelo Partido Comunista Francês, de orientação Estalinista, e finalmente foi suprimida pelo governo, que acusou os Comunistas de tramarem contra a República. Alguns filósofos e historiadores afirmaram que essa rebelião foi o acontecimento revolucionário mais importante do século XX, por que não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe.

Começou como uma série de greves estudantis que irromperam em algumas universidades e escolas de ensino secundário em Paris, após confrontos com a administração e a polícia. À tentativa do governo de Gaulle de esmagar essas greves com mais acções policiais no Quartier Latin levou a uma escalada do conflito que culminou numa greve geral de estudantes e em greves com ocupações de fábricas em toda a França, às quais aderiram dez milhões de trabalhadores, aproximadamente dois terços dos trabalhadores franceses. Os protestos chegaram ao ponto de levar de Gaulle a criar um quartel general de operações militares para lidar com a insurreição, dissolver a Assembleia Nacional e marcar eleições parlamentares para 23 de Junho de 1968.

O governo estava próximo ao colapso naquele momento (de Gaulle chegou a se refugiar temporariamente numa base da força aérea na Alemanha), mas a situação revolucionária evaporou quase tão rapidamente quanto havia surgido. Os trabalhadores voltaram ao trabalho, seguindo a direcção da Confédération Générale du Travail, a federação sindical de esquerda, e do Partido Comunista Francês (PCF). Quando as eleições foram finalmente realizadas em Junho, o partido Gaullista emergiu ainda mais poderoso do que antes.

A maioria dos insurrectos eram adeptos de ideias esquerdistas, comunistas ou anarquistas. Muitos viram os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores da "velha sociedade", dentre os quais as suas ideias sobre educação, sexualidade e prazer. Uma pequena minoria dos insurrectos, como o Occident (1964-1968 foi um movimento violento de ultra-direita da França, frequentemente descrito como fascista), professava ideias de direita.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

1.º de Maio - Dia do Trabalhador



Todos os anos, no dia 1 de Maio, comemora-se, em todo o mundo, o Dia do Trabalhador.


As origens do Dia do Trabalhador não são muito recentes. A história deste dia começa no séc. XIX.


Nessa época, abusava-se muito dos trabalhadores, porque chegavam a trabalhar entre 12 e 18 horas por dia, o que era muito cansativo e até prejudicial à saúde!


Já há algum tempo que os reformadores sociais (aqueles que propunham reformas, ou seja, mudanças na sociedade) defendiam que o ideal era dividir o dia em três períodos: 8 horas para trabalhar, 8 horas para dormir e 8 horas para o resto, o que incluía a diversão.


Foi com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diárias que, no dia 1 de Maio de 1886, milhares de trabalhadores de Chicago (EUA) se juntaram nas ruas para protestar contra as suas más condições de trabalho.


A manifestação devia ter sido pacífica, mas as forças policiais tentaram pará-la, o que resultou em feridos e mortos.


Este acontecimento ficou conhecido como "os Mártires de Chicago", por causa das pessoas que foram feridas e mortas só por estarem a lutar pelos seus direitos.


Quatro dias depois, houve uma nova manifestação pela redução do horário de trabalho e melhores condições.


Mais uma vez, a polícia virou-se contra os manifestantes e acabou por prender 8 pessoas, 5 das quais foram condenadas à forca!


Como o povo estava cada vez mais revoltado, estas condenações só serviram para "deitar mais achas na fogueira" e despertar a atenção de todo o mundo.


Em 1888, dois anos depois destes acontecimentos, os presos foram libertados por um júri que reconheceu que os trabalhadores estavam inocentes.


Em 1889, o Congresso Internacional em Paris decidiu que o dia 1 de Maio passaria a ser o Dia do Trabalhador, em homenagem aos "mártires de Chicago".


Só em 1890, os trabalhadores americanos conseguiram alcançar a sua meta das 8 horas de trabalho diárias!


Em Portugal, devido ao facto de ter havido uma ditadura durante muito tempo, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se passou a comemorar publicamente o Primeiro de Maio.


Sabias que só a partir de Maio de 1996 é que os trabalhadores portugueses passaram a trabalhar 8 horas por dia?

Retirado do Site Junior