domingo, 17 de agosto de 2008
Guernica em 3D
O quadro mais famoso de Pablo Picasso pode ser agora visitado online e em três
dimensões. Um trabalho notável da artista nova-iorquina, Lena Gieseke.
Toda a gente conhece a Guernica, um painel pintado a óleo com 782 x 351 cm, que
Pablo Picasso apresentou em 1937 na Exposição Internacional de Paris. A tela, a
preto e branco, representa o bombardeamento sofrido pela cidade espanhola de
Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães e actualmente está exposta
no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.O pintor, que morava em
Paris na altura, soube do massacre pelos jornais e pintou as pessoas, animais e
edifícios destruídos pela força aérea nazi tal como os viu na sua imaginação.
Agora uma artista nova-iorquina, Lena Gieseke, que domina as mais modernas
técnicas de infografia digital, decidiu propor uma versão 3D da célebre obra e
colocá-la na net soba forma de um vídeo (ver relacionados no final do texto). O
resultado é fascinante e permite-nos visualizar detalhes que de outro modo nos
passariam despercebidos. Esta técnica inovadora revela-se um instrumento
poderoso para compreender melhor a forma de trabalhar d o pintor e até o modo
como funcionava a sua imaginação.
Ver vídeo em:
http://www.lena-gieseke.com/guernica/movie.html
quarta-feira, 28 de maio de 2008
História
segunda-feira, 12 de maio de 2008
PRÉ-PHOTOSHOP EM 1945
Da autoria de Yevgueni Chaldej, esta é uma das fotografias de reportagem e fixação de momentos históricos que mais se celebrizaram e ainda hoje são o principal emblema da derrota do nazi-fascismo (mostrando o hastear da bandeira soviética por um soldado do Exército Vermelho, em 1945, sobre as ruínas do Reichstag em Berlim). Pela enorme força impressiva da imagem, esta foto de Yevgueni Chaldej (falecido em 1997) passou a constituir um pedaço da História, ilustrando o ponto alto da derrota do Reich hitleriano e a afirmação vitoriosa da máquina de guerra soviética que, sob comando supremo do Marechal Estaline, varreu um dos mais poderosos exércitos numa marcha de ferro e fogo desde Estalinegrado até ao coração de Berlim, enquanto os seus aliado (ingleses e norte-americanos) os vinham batendo desde Oeste e Sul. E, a partir da difusão massiva desta foto, magnífica de força, enquadramento e simbologia, não terá havido um único antifascista pelo mundo fora que não tenha encontrado alento de alívio e prazer ideológico vendo e revendo esta fixação para a posteridade da grande vitória (do Bem) e da grande derrota (do Mal).
Mas, como na história escrita, também a história pela imagem pode ser manipulada e manipulatória. Com o acrescento de eficácia de que se sobre um texto que nos é dado ler, algumas luzes de função crítica se acenderão, perante uma imagem, o normal é que a evidência do que entra olhos dentro nos encontre particularmente desarmados contra os truques, as manipulações, os enganos. E na habilidade para enganar, manipulando segundo objectivos políticos precisos, dificilmente se toma a palma à propaganda comunista, em que uma boa mentira é vista como um bom acto revolucionário e, assim, em vez da imoralidade do acto de mentir aos outros temos a absolvição automática pelos “ganhos da humanidade” obtidos pelo pragmatismo do efeito redentor da mentira. E tão entranhado está este utilitarismo na apresentação (ou supressão, ou alteração, ou parcialização) dos factos, políticos e históricos, que, sendo muitos os propagandistas comunistas (e, normalmente, são competentíssimos), raros são os historiadores comunistas que, sendo comunistas, sejam também historiadores com respeito pelo ofício.
De há muito que se sabe que esta foto de Yevgueni Chaldej foi conscientemente trabalhada e manipulada (o próprio autor confessou-o). Não só se apagou um dos dois relógios que o soldado soviético tinha no pulso (o que evidenciava o saque perpetrado pelos soldados do Exército Vermelho no seu caminho para Berlim) como a bandeira empunhada foi substituída por uma mais aberta e com as insígnias da foice e do martelo mais visíveis e marcantes no corpo da imagem. Admite-se até que a foto não fixou qualquer momento de realidade, tendo-se tratado apenas de uma mera encenação montada por encomenda propagandística. Agora, em Berlim, no museu Martin Gropius Baú, uma exposição com uma retrospectiva das fotos de Yevgueni Chaldej, mostra a sequência manipulatória até ao resultado difundido e que ficou mundialmente famoso e aceite como peça fotográfica histórica. Num trabalho manipulatório que, segundo um jornalista do “El País”, torna Yevgueni Chaldej “um percursor do programa informático de retoque fotográfico Photoshop”.
Apesar da evidência demonstrada da essência mentirosa da célebre foto, o mais provável é que ela continue a ser difundida e tomada como registo histórico de um acontecimento (que não ocorreu ou ocorreu diferentemente). O que nos remete mais uma vez para a questão do papel persistente que uma mentira bem pregada e bem difundida, ao apoderar-se de um cadeirão vitalício na assembleia da memória histórica, dificilmente se expulsa pela desonra da mentira. Muito depende da eficácia do estereótipo da mensagem ao saciar quem o procura beber. Também do talento dos mensageiros e se estes são profissionais da mentira.
Retirado de http://agualisa6.blogs.sapo.pt/
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segunda-feira, 5 de maio de 2008
Maio de 1968
Em Maio de 1968 uma greve geral aconteceu na França. Rapidamente ela adquiriu significado e proporções revolucionárias, mas em seguida foi desencorajada pelo Partido Comunista Francês, de orientação Estalinista, e finalmente foi suprimida pelo governo, que acusou os Comunistas de tramarem contra a República. Alguns filósofos e historiadores afirmaram que essa rebelião foi o acontecimento revolucionário mais importante do século XX, por que não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe.
Começou como uma série de greves estudantis que irromperam em algumas universidades e escolas de ensino secundário em Paris, após confrontos com a administração e a polícia. À tentativa do governo de Gaulle de esmagar essas greves com mais acções policiais no Quartier Latin levou a uma escalada do conflito que culminou numa greve geral de estudantes e em greves com ocupações de fábricas em toda a França, às quais aderiram dez milhões de trabalhadores, aproximadamente dois terços dos trabalhadores franceses. Os protestos chegaram ao ponto de levar de Gaulle a criar um quartel general de operações militares para lidar com a insurreição, dissolver a Assembleia Nacional e marcar eleições parlamentares para 23 de Junho de 1968.
O governo estava próximo ao colapso naquele momento (de Gaulle chegou a se refugiar temporariamente numa base da força aérea na Alemanha), mas a situação revolucionária evaporou quase tão rapidamente quanto havia surgido. Os trabalhadores voltaram ao trabalho, seguindo a direcção da Confédération Générale du Travail, a federação sindical de esquerda, e do Partido Comunista Francês (PCF). Quando as eleições foram finalmente realizadas em Junho, o partido Gaullista emergiu ainda mais poderoso do que antes.
A maioria dos insurrectos eram adeptos de ideias esquerdistas, comunistas ou anarquistas. Muitos viram os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores da "velha sociedade", dentre os quais as suas ideias sobre educação, sexualidade e prazer. Uma pequena minoria dos insurrectos, como o Occident (1964-1968 foi um movimento violento de ultra-direita da França, frequentemente descrito como fascista), professava ideias de direita.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
1.º de Maio - Dia do Trabalhador
Todos os anos, no dia 1 de Maio, comemora-se, em todo o mundo, o Dia do Trabalhador.
As origens do Dia do Trabalhador não são muito recentes. A história deste dia começa no séc. XIX.
Nessa época, abusava-se muito dos trabalhadores, porque chegavam a trabalhar entre 12 e 18 horas por dia, o que era muito cansativo e até prejudicial à saúde!
Já há algum tempo que os reformadores sociais (aqueles que propunham reformas, ou seja, mudanças na sociedade) defendiam que o ideal era dividir o dia em três períodos: 8 horas para trabalhar, 8 horas para dormir e 8 horas para o resto, o que incluía a diversão.
Foi com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diárias que, no dia 1 de Maio de 1886, milhares de trabalhadores de Chicago (EUA) se juntaram nas ruas para protestar contra as suas más condições de trabalho.
A manifestação devia ter sido pacífica, mas as forças policiais tentaram pará-la, o que resultou em feridos e mortos.
Este acontecimento ficou conhecido como "os Mártires de Chicago", por causa das pessoas que foram feridas e mortas só por estarem a lutar pelos seus direitos.
Quatro dias depois, houve uma nova manifestação pela redução do horário de trabalho e melhores condições.
Mais uma vez, a polícia virou-se contra os manifestantes e acabou por prender 8 pessoas, 5 das quais foram condenadas à forca!
Como o povo estava cada vez mais revoltado, estas condenações só serviram para "deitar mais achas na fogueira" e despertar a atenção de todo o mundo.
Em 1888, dois anos depois destes acontecimentos, os presos foram libertados por um júri que reconheceu que os trabalhadores estavam inocentes.
Em 1889, o Congresso Internacional em Paris decidiu que o dia 1 de Maio passaria a ser o Dia do Trabalhador, em homenagem aos "mártires de Chicago".
Só em 1890, os trabalhadores americanos conseguiram alcançar a sua meta das 8 horas de trabalho diárias!
Em Portugal, devido ao facto de ter havido uma ditadura durante muito tempo, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se passou a comemorar publicamente o Primeiro de Maio.
Sabias que só a partir de Maio de 1996 é que os trabalhadores portugueses passaram a trabalhar 8 horas por dia?
Retirado do Site Junior
sábado, 26 de abril de 2008
Testemunhos da terra: ex-combatente da guerra colonial - Manuel Joaquim Esteves
Nome: Manuel Joaquim Esteves (tio da aluna Joana Sousa, 10º J).
Localidade: Cristelos - Lousada Data de Nascimento: 20 de Dezembro de 1947
Local onde esteve na guerra: Angola de 12 de Outubro de 1968 a 12 de Outubro de 1970, na Força Aérea.
O que mais o marcou como agente dessa guerra? Quais as principais recordações/memórias desse período nessa região?
O embarque, a ida…A amizade com os colegas devido à situação semelhante por que estávamos a passar.
Como era passado o dia-a-dia? Que tipo de material bélico/transportes utilizavam?
O dia-a-dia era passado de serviço de guarda à Unidade, o resto do tempo era passado nas camaratas e na sanzala, ver o negros e a “cidade”. O material bélico e transportes: utilizávamos as G3, bombas (lançadas pelos aviões), helicópteros, camiões, jipes “autocarros” (para levar os familiares dos sargentos e oficiais que tinham família a viver na cidade).
Conhece alguém que tenha ficado ferido ou tenha falecido nessa guerra/conflito?
Sim. Conheço vários aqui do Concelho, tanto feridos como mortos.
Como se processava o relacionamento com os autóctones?
Pessoalmente tinha um bom relacionamento com eles.
Concordava com este conflito? Justifique.
Não, não concordo, embora tenha ido quase como voluntário.
Manuel Joaquim Esteves
Localidade: Cristelos - Lousada Data de Nascimento: 20 de Dezembro de 1947
Local onde esteve na guerra: Angola de 12 de Outubro de 1968 a 12 de Outubro de 1970, na Força Aérea.
O que mais o marcou como agente dessa guerra? Quais as principais recordações/memórias desse período nessa região?
O embarque, a ida…A amizade com os colegas devido à situação semelhante por que estávamos a passar.
Como era passado o dia-a-dia? Que tipo de material bélico/transportes utilizavam?
O dia-a-dia era passado de serviço de guarda à Unidade, o resto do tempo era passado nas camaratas e na sanzala, ver o negros e a “cidade”. O material bélico e transportes: utilizávamos as G3, bombas (lançadas pelos aviões), helicópteros, camiões, jipes “autocarros” (para levar os familiares dos sargentos e oficiais que tinham família a viver na cidade).
Conhece alguém que tenha ficado ferido ou tenha falecido nessa guerra/conflito?
Sim. Conheço vários aqui do Concelho, tanto feridos como mortos.
Como se processava o relacionamento com os autóctones?
Pessoalmente tinha um bom relacionamento com eles.
Concordava com este conflito? Justifique.
Não, não concordo, embora tenha ido quase como voluntário.
Manuel Joaquim Esteves
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Guerra Colonial,
História de Portugal
Testemunhos da terra: ex-combatente da guerra colonial - José Orlandino Gomes
Nome: José Orlandino Gomes Mendes (vizinho da aluna Cristiana Vieira, 10ºJ).
Localidade: São Migues - Lousada Data de Nascimento: 10 de Janeiro de 1949
Local onde esteve na guerra: Angola de 23 de Setembro de 1971 a 13 de Janeiro de 1974com a função de Auxiliar de Enfermeiro.
O que mais o marcou como agente dessa guerra?
O que mais me “tocou” foi não terem regressado, em Janeiro de 1974, os mesmos elementos que foram para Angola em Setembro de 1971!
Como era passado o dia-a-dia?
Como era auxiliar de enfermeiro ocupava os meus dias no ambiente de enfermaria a vacinar, tratar ferimentos graves, prestar assistência e socorrer em campo de batalha com uma mochila de 7 kg de material e por vezes íamos de helicóptero.
Conhece alguém que tenha ficado ferido ou tenha falecido nessa guerra/conflito?
Sim. Vi colegas a morrer, uns por suicídio outros em combate e ainda em afogamentos.
Como se processava o relacionamento com os autóctones?
O relacionamento era, melhor, tinha de ser bom e com o maior respeito possível.
Concordava com este conflito? Justifique.
Não concordava. Contudo não o podíamos manifestar, guardava tudo para mim. Era obrigado a fazer o que me mandavam. Tinha que se matar para viver!
Outros registos que considere relevantes:
O convívio entre amigos lá e ainda agora nos convívios que marcamos. O ter conhecido um rapazinho de raça negra que me ajudava a perceber o que tinham e do que se queixavam os doentes da região (chamava-se Filipe).
José Orlandino Gomes Mendes
Localidade: São Migues - Lousada Data de Nascimento: 10 de Janeiro de 1949
Local onde esteve na guerra: Angola de 23 de Setembro de 1971 a 13 de Janeiro de 1974com a função de Auxiliar de Enfermeiro.
O que mais o marcou como agente dessa guerra?
O que mais me “tocou” foi não terem regressado, em Janeiro de 1974, os mesmos elementos que foram para Angola em Setembro de 1971!
Como era passado o dia-a-dia?
Como era auxiliar de enfermeiro ocupava os meus dias no ambiente de enfermaria a vacinar, tratar ferimentos graves, prestar assistência e socorrer em campo de batalha com uma mochila de 7 kg de material e por vezes íamos de helicóptero.
Conhece alguém que tenha ficado ferido ou tenha falecido nessa guerra/conflito?
Sim. Vi colegas a morrer, uns por suicídio outros em combate e ainda em afogamentos.
Como se processava o relacionamento com os autóctones?
O relacionamento era, melhor, tinha de ser bom e com o maior respeito possível.
Concordava com este conflito? Justifique.
Não concordava. Contudo não o podíamos manifestar, guardava tudo para mim. Era obrigado a fazer o que me mandavam. Tinha que se matar para viver!
Outros registos que considere relevantes:
O convívio entre amigos lá e ainda agora nos convívios que marcamos. O ter conhecido um rapazinho de raça negra que me ajudava a perceber o que tinham e do que se queixavam os doentes da região (chamava-se Filipe).
José Orlandino Gomes Mendes
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